quarta-feira, 7 de outubro de 2009




So in Love - Acrílica, douração e colagem sobre tela -150 x 100cm - Wagner de Miranda - 2009



Esse trabalho foi feito ao som de Cole Porter. Foi por acaso, mas no fim, quando olhei, tinha mesmo um clima "So in Love". Além disso fiquei durante meses pensando em perfis, em moedas que via na infância, em trabalhos do Picasso. Mas pensava muito nas tais moedas. Como são particulares essas escolhas. No fim, temos a musica de Porter, as moedas da infância e a internet.

Demian - 160 x 140cm - Acrílica e douração sobre tela - Wagner de Miranda - 2009

A história de Demian, esse personagem de Hesse, fala de um homem que carrega a marca de Cain. A marca de Cain, não é nada menos do que a coragem de enfrentar os medos, de comungar com os mistérios universais e de não possuir piedade para com os homens covardes.



Stormy Weather - 150 x 100 cm - Acrílica e douração sobre tela - Wagner de Miranda - 2009
Olhar do artista. Cada artista é um olhar em perspectiva diferente, com particularidades e interpretações diversas. A percepção do artista dá sentido às escolhas que elaboram a obra ou o objeto artístico. Esse olhar media o objeto artístico em relação à realidade que lhe é externa.
Vermelho - Acrílica sobre tela - 180 cm x 90 cm - Wagner de Miranda - 2007



O meu trabalho parte, atualmente, de imagens capturadas na internet. Nessas imagens colhidas na rede inserem-se alguns elementos que me interessam: douração, intervenção com colagens, sobreposições e o uso da palavra de maneira gráfica e informativa. Para mim, a internet, talvez seja o meio de comunicação atual que mais permite a expressão individual. Mas, paradoxalmente, sua somatória expressa justamente o coletivo e com o seu uso, eu busco uma aproximação com esse olhar coletivo, um olhar que abrange a nossa época.




Ateliê


Mas, na grande salada que forma um artista, considero que meu trabalho sempre teve elementos barrocos. Sou alucinado pela cor e pela luminosidade do ouro que recobre as igrejas barrocas do Rio de Janeiro, pela arquitetura natural da cidade, sua visualidade exuberante, e tento reter isso no meu trabalho. Folhas de ouro finíssimas usadas no início para sublinhar volumes, depois linhas. Um certo exagero, uma voluptuosidade de formas, as curvas, os dourados, os ornamentos e, é claro, a religiosidade.


Detalhe de Hamlet - 2009

Eu uso muito a palavra. Ela era presente em algumas obras barrocas como enunciado, em segundo plano, mas na minha pesquisa atual, a palavra diz respeito a pensar e solucionar estética e intelectualmente o trabalho. Ela surge no decorrer do processo induzida pelos outros elementos que estão sendo elaborados, numa certa relação com as iluminuras da Idade Média. Mas, enquanto as iluminuras estão submetidas às palavras, no meu trabalho ela é mais um elemento de materialização estética.