Bom, o trabalho artístico prevê um receptor. Para quê uma obra que não será comunicada? A relação comunicativa criador-obra-receptor está no próprio cerne da ação da criação. É interessante notar que o receptor pode alterar rumos artísticos de maneira efetiva. Podemos pensar em necessidade de mercado a respeito disso, ou em determinadas atitudes do artista diante da leitura de sua obra pelo receptor. Por exemplo, um ator que muda sua postura em cena diante da análise da reação do público. Mas uma coisa a se pensar é que a obra também é, de certa forma, construída com o contato com o público. Algumas trazem em seu processo poético essa premissa, como é o caso de algumas obras que podem ser devoradas e/ou manipuladas ou de work-in-progress. Além disso, penso na literatura onde acho que isso está muito explícito. A construção de uma obra literária se dá sem intermediação entre o criador e o leitor. A obra só se constrói com a promoção do contato entre o universo do autor e o universo do leitor. Esse encontro gera a obra.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
sábado, 12 de dezembro de 2009
Azul - 150 cm x 100 cm - Acrílica, areia e douração sobre tela - Wagner de Miranda - 2008
Detalhe de Rosa Tatuada - Wagner de Miranda - 2009
Hamlet - Acrílica, areia, douração e colagem - 140 cm x 160 cm - Wagner de Miranda - 2009
Penso que a vida do artista, o que o forma, o que ele é, o mundo e o tempo em que está inserido fazem parte da formação de sua obra. Isso já foi dito. Mas há algo mais. Aquilo que é peculiar ao artista, que ultrapassa o limite da matéria e impregna o objeto artístico e o faz ser parte para sempre integrante do próprio criador. É ser um pouco Deus, ou ser um pouco homem demais? Vou pensar. Lembrei de Clarice Lispector. Um dia ela disse quando questionada sobre o suposto hermetismo de sua literatura: “Sou simples e um pouquinho sofisticada. Uma mistura de camponesa e estrela lá do céu”. Ela não distinguia sua arte dela própria. Um dia ainda digo algo assim.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Xilo sobre papel - 50 cm x 70 cm - 2007 - Wagner de Miranda
Sou um artista. Isso é muito careta e datado? Dizer que se é artista? É claro que pesquiso. Sou um pesquisador irritante de meu trabalho. Penso nisso o tempo todo e estudo muito, leio, corro atrás do entendimento do que faço. E faço, faço e faço. Quero saber o porquê de todas as coisas. Não sou um romântico. Sou um curioso.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Sudários 1 e 2 - Objetos - 300 cm x 140 cm - Wagner de Miranda - 2007
Vida é Sonho - 100 cm x 150 cm - Acrílica, douração e colagem sobre tela - Wagner de Miranda - 2009
A memória nos entrega o que foi vivido já modificado por sabe-se lá quantas interferências. Às vezes nos entrega até o que não foi vivido. O que o Mário Quintana disse sobre a memória é muito legal : “A imaginação é uma memória que enlouqueceu”.
Detalhe de objeto - 2007. Ferro, latas de óleo de cozinha e tecido.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Desenho da série "As coisas que quase fiz por você" - 70 cm x 50 cm - Wagner de Miranda - 2009
Anima Christi - Encáustica e douração sobre tela - 100cm x 150 cm - Wagner de Miranda - 2008/9
Livro de Artista - Vidro, gravura em metal sobre papel japonês, caneta - Wagner de Miranda -2007/8
A forma está ligada ao conteúdo e vice-versa. A forma carrega em si e sem contradições o conteúdo da obra, sendo a materialização de um pensamento.
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