O artista se relaciona com o tempo de forma diferente do tempo cotidiano frente ao seu processo criador. O tempo torna-se relativo, porém determinante, redimensionando o fazer artístico. O tempo age como um elemento maturador do processo de elaboração do objeto de arte, acrescentando a ele camadas de entendimento e significados. Isso pode ser sofrido às vezes por não sabermos, dentro desse espaço temporal, onde encontraremos as chaves para a materialização da obra. O tempo é o grande sintetizador do trajeto criativo. Mas ele também é inexorável e mete medo. Passa rápido demais em alguns momentos e em outros se alonga demais. E se as chaves não se revelarem nunca? Isso é a vida?
domingo, 29 de novembro de 2009
O artista se relaciona com o tempo de forma diferente do tempo cotidiano frente ao seu processo criador. O tempo torna-se relativo, porém determinante, redimensionando o fazer artístico. O tempo age como um elemento maturador do processo de elaboração do objeto de arte, acrescentando a ele camadas de entendimento e significados. Isso pode ser sofrido às vezes por não sabermos, dentro desse espaço temporal, onde encontraremos as chaves para a materialização da obra. O tempo é o grande sintetizador do trajeto criativo. Mas ele também é inexorável e mete medo. Passa rápido demais em alguns momentos e em outros se alonga demais. E se as chaves não se revelarem nunca? Isso é a vida?
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
A fragilidade do que origina a obra de arte. Posso chamar de estado pré-criativo? Posso falar assim? Posso. Eu posso falar por mim. Esse estado não é propício à criação, mas é importantíssimo para que ela se dê. Penso que esse encrespamento, como diz Fayga Ostrower, é o momento/ato mesmo da fertilização que gera a obra. Todo cuidado é pouco. Pode ser uma imagem, notícia ou acontecimento. Sempre é forte, sempre é frágil.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Quizás - 100 cm x 150 cm - 2009 - Acrilica e douração sobre tela - Wagner de Miranda - 2009
Dentro
A desorganização caótica necessária e inevitável como ponto de partida para se gerar uma obra. Do Caos à tentativa de organização ou satisfação, mesmo que transitória, existe um trajeto feito de escolhas e
opções. O artista deseja que o objeto de arte se organize. Aqui começo a pensar em fórmulas da Física. O Big Bang, Einstein e teorias quânticas. O universo que se move vasto e tudo que se move de minúsculo dentro de nós. E o caminho que se faz entre o que o olho, a cabeça e o coração não abrangem de tão grande e o que o olho, a cabeça e o coração não abrangem de tão pequeno. Tudo isso dentro de nós.
Sonho
O que nos leva a criar e de onde vem a necessidade de materialização dessa idéia/sentimento/sonho? Variadas reflexões de artistas falam sobre a origem de seus atos criadores. A criação está ligada a uma espécie de insatisfação – impossibilidade? - de se chegar a algum resultado na obra que o aproxime demais de sua idéia/sentimento/sonho
Se a aproximação da idéia/sentimento/sonho se dá, contraditoriamente, precisamos de outra idéia/sentimento/sonho. Mas essa insatisfação é o moto-contínuo da arte, é o “sonhar sonhos novos”. Shakespeare dizia que nós, todos nós, somos feitos da mesma matéria dos sonhos. Será por isso? Precisamos sonhar sonhos novos, criar, porque assim tocamos em nossa matéria primeva? Será isso?
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Detalhes de "Sudário 1" objeto criado em 2006
Tríptico amarelo - 100 cm x 300 cm - Wagner de Miranda - 2007
Acrílica e areia sobre tela
Acaso
A vida é assim: cheia de acidentes e acasos, cheia de som e fúria. Um artista que pretende construir um objeto que emane vida recebe o acaso como parte intrínseca de sua criação. A atenção do olhar e da sensibilidade do artista está sempre voltada para o mundo se ele pretende elaborar um objeto para o mundo. Então tudo no mundo é transformado no sentido dessa elaboração. Por outro lado fico encantado com a possibilidade do artista que espera o inesperado. É quase como esperar todos os dias na plataforma de uma estação que um grande amor, que você não conhece ainda, desça do trem das 10:35 e te surpreenda com um beijo. Isso é uma postagem ainda? A frase anterior foi obra do acaso.