domingo, 11 de abril de 2010

"Todo mundo tem a sua hora de chorar" - Acrílica e louça sobre tela - 20 x 40 cm.




"Quarta-feira de cinzas" - Acrílica e tecido sobre tela - 20 x 40cm.





"As coisas que quase fiz por você" - Acrilica, tachas de sapateiro e pérolas sobre tela. 20 x 40cm.




O que não nos mata nos fortalece. Resolvi ser mais pessoal ainda aqui. Não posso mais negar que a vida, o que eu vivo é a arte que faço. Sempre me preocupei por achar que não conseguia juntar arte e vida. Mas estava muito enganado. Me dei conta nos últimos meses que tudo em minha vida converge pra que eu seja artista. Sem pudores, exposto até a última célula. Pego emprestadas as palavras de Clarice Lispector, que é quem me traduz melhor nesse momento, pra mostrar meus novos caminhos. E eu sei lá onde vão dar, graças a Deus.

"Desculpe, mas se morre. Mas há a vida que é para ser intensamente vivida. Há o amor, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata".






quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Acrílica e areia sobre tela - 100 cm x 120 cm - Wagner de Miranda - 2007


Acrílica e areia sobre tela - 100 cm x 120 cm - Wagner de Miranda - 2007


Bom, o trabalho artístico prevê um receptor. Para quê uma obra que não será comunicada? A relação comunicativa criador-obra-receptor está no próprio cerne da ação da criação. É interessante notar que o receptor pode alterar rumos artísticos de maneira efetiva. Podemos pensar em necessidade de mercado a respeito disso, ou em determinadas atitudes do artista diante da leitura de sua obra pelo receptor. Por exemplo, um ator que muda sua postura em cena diante da análise da reação do público. Mas uma coisa a se pensar é que a obra também é, de certa forma, construída com o contato com o público. Algumas trazem em seu processo poético essa premissa, como é o caso de algumas obras que podem ser devoradas e/ou manipuladas ou de work-in-progress. Além disso, penso na literatura onde acho que isso está muito explícito. A construção de uma obra literária se dá sem intermediação entre o criador e o leitor. A obra só se constrói com a promoção do contato entre o universo do autor e o universo do leitor. Esse encontro gera a obra.

sábado, 19 de dezembro de 2009





Gravuras - Impressão em gesso sobre papel - 40 cm x 55 cm - Wagner de Miranda - 2003

Essa é a questão: Quando parar? Quando o artista sabe que deve parar? A imperfeição pode ser o mais próximo da perfeição a que podemos chegar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Desenho da série "As coisas que quase fiz por você" - Wagner de Miranda - 2009

Xilo - 70 cm x 50 cm - Wagner de Miranda - 2007



Detalhe de "Azul"

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sudário 1 - Objeto - detalhe - Wagner de Miranda - 2006

Regina - 100 cm x 200 cm - Wagner de Miranda - Acrílica, areia e douração sobre tela - 2009

Xilo sobre papel - 50 cm x 70 cm - 2007 - Wagner de Miranda

Sou um artista. Isso é muito careta e datado? Dizer que se é artista? É claro que pesquiso. Sou um pesquisador irritante de meu trabalho. Penso nisso o tempo todo e estudo muito, leio, corro atrás do entendimento do que faço. E faço, faço e faço. Quero saber o porquê de todas as coisas. Não sou um romântico. Sou um curioso.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Acrílica e colagem sobre tela de juta - 150 cm x 100 cm - Wagner de Miranda - 2001


Desenho da série "As coisas que quase fiz por você" -70 cm x 50 cm - Wagner de Miranda - 2009



Sudário 3 - Objeto - Detalhe - Wagner de Miranda - 2007

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sudários 1 e 2 - Objetos - 300 cm x 140 cm - Wagner de Miranda - 2007


Vida é Sonho - 100 cm x 150 cm - Acrílica, douração e colagem sobre tela - Wagner de Miranda - 2009

A memória nos entrega o que foi vivido já modificado por sabe-se lá quantas interferências. Às vezes nos entrega até o que não foi vivido. O que o Mário Quintana disse sobre a memória é muito legal : “A imaginação é uma memória que enlouqueceu”.


Detalhe de objeto - 2007. Ferro, latas de óleo de cozinha e tecido.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Desenho da série "As coisas que quase fiz por você" - 70 cm x 50 cm - Wagner de Miranda - 2009

Anima Christi - Encáustica e douração sobre tela - 100cm x 150 cm - Wagner de Miranda - 2008/9


Livro de Artista - Vidro, gravura em metal sobre papel japonês, caneta - Wagner de Miranda -2007/8


A forma está ligada ao conteúdo e vice-versa. A forma carrega em si e sem contradições o conteúdo da obra, sendo a materialização de um pensamento.

domingo, 29 de novembro de 2009

Te achei bonito - Xilogravura sobre tecido sintético bordado - 100 cm x 140 cm - Wagner de Miranda - 2007

Aqui.


Rosa Tatuada - Acrílica, areia e resina sobre tela -150 cm x 100 cm - Wagner de Miranda - 2009



O artista se relaciona com o tempo de forma diferente do tempo cotidiano frente ao seu processo criador. O tempo torna-se relativo, porém determinante, redimensionando o fazer artístico. O tempo age como um elemento maturador do processo de elaboração do objeto de arte, acrescentando a ele camadas de entendimento e significados. Isso pode ser sofrido às vezes por não sabermos, dentro desse espaço temporal, onde encontraremos as chaves para a materialização da obra. O tempo é o grande sintetizador do trajeto criativo. Mas ele também é inexorável e mete medo. Passa rápido demais em alguns momentos e em outros se alonga demais. E se as chaves não se revelarem nunca? Isso é a vida?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Díptico azul e vermelho - Acrílica e areia sobre tela - Wagner de Miranda - 2007



"Resíduo" - Gravura em metal - 70 cm x 50 cc - Wagner de Miranda - 2008



Fotografia - Wagner de Miranda - 2009



A Cadeira - Lápis e cêra sobre papel - 100 cm x 70 cm - Wagner de Miranda - 2009


A fragilidade do que origina a obra de arte. Posso chamar de estado pré-criativo? Posso falar assim? Posso. Eu posso falar por mim. Esse estado não é propício à criação, mas é importantíssimo para que ela se dê. Penso que esse encrespamento, como diz Fayga Ostrower, é o momento/ato mesmo da fertilização que gera a obra. Todo cuidado é pouco. Pode ser uma imagem, notícia ou acontecimento. Sempre é forte, sempre é frágil.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Quizás - 100 cm x 150 cm - 2009 - Acrilica e douração sobre tela - Wagner de Miranda - 2009

Dentro

A desorganização caótica necessária e inevitável como ponto de partida para se gerar uma obra. Do Caos à tentativa de organização ou satisfação, mesmo que transitória, existe um trajeto feito de escolhas e
opções. O artista deseja que o objeto de arte se organize. Aqui começo a pensar em fórmulas da Física. O Big Bang, Einstein e teorias quânticas. O universo que se move vasto e tudo que se move de minúsculo dentro de nós. E o caminho que se faz entre o que o olho, a cabeça e o coração não abrangem de tão grande e o que o olho, a cabeça e o coração não abrangem de tão pequeno. Tudo isso dentro de nós.

Fotografia - Wagner de Miranda - 2007


Sonho
O que nos leva a criar e de onde vem a necessidade de materialização dessa idéia/sentimento/sonho? Variadas reflexões de artistas falam sobre a origem de seus atos criadores. A criação está ligada a uma espécie de insatisfação – impossibilidade? - de se chegar a algum resultado na obra que o aproxime demais de sua idéia/sentimento/sonho


Fotografia - Wagner de Miranda - 2007

Se a aproximação da idéia/sentimento/sonho se dá, contraditoriamente, precisamos de outra idéia/sentimento/sonho. Mas essa insatisfação é o moto-contínuo da arte, é o “sonhar sonhos novos”. Shakespeare dizia que nós, todos nós, somos feitos da mesma matéria dos sonhos. Será por isso? Precisamos sonhar sonhos novos, criar, porque assim tocamos em nossa matéria primeva? Será isso?

Detalhe de Pintura em acrílica e colagem sobre tela de juta - Wagner de Miranda - 2001


O processo de criação artística é muito próximo à vida, no sentido em que a criação está sempre em movimento, escolhas são feitas, conflitos criados e apaziguados, materiais descartados e/ou (re)utilizados, experimentações de caminhos. Outras obras se formam e se desconstroem na busca da elaboração do objeto final. Isso cria uma dinâmica viva, pulsante – eu chamo de vida. Mas isso é óbvio. Chamar isso de vida é obvio. É vida indiscutivelmente.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009




Serigrafia sobre papel - 2007

O percurso criativo pode ser observado como um encadeamento de gestos criadores, absolutamente interligados. O artista de alguma maneira os combina transformando-os e criando novos significados. Ou seja, o artista é capaz de juntar fragmentos diversos, combiná-los e com essa combinação criar um universo. “Você me abre os seus braços e a gente faz um país”, como diz o super poeta carioca Antônio Cícero.



Detalhes de "Sudário 1" objeto criado em 2006

Diptico Verde - Acrílica e areia sobre tela -200 cm x 100 cm - Wagner de Miranda - 2007








A transformação do desejo em ação. A materialização do que foi sonhado. Esse trajeto por vezes difícil, conturbado, prazeroso, louco, sensível dá origem a algo que antes não existia e que se materializa, passa a existir. O pensamento transformado em ação. Dói mas é bom.




Todas as coisas são metáforas 120 cm x 160 cm - Wagner de Miranda - 2009

O artista fala com ele mesmo. Assim, ele torna-se o primeiro leitor de sua obra. A obra já existe ou começa a existir por si e dialoga com o criador na elaboração de sua criação e, a meu ver, ensaiando a sua independência. O artista é agente e testemunha do ato criador. Nesse ponto a palavra “diálogo” define bem o que acontece com o ato criativo: A obra “pede” coisas e o artista dá, ou tenta dar. Penso sempre em Mary Schelley e no seu Frankenstein: “Uma nova espécie me abençoará como seu criador e sua origem. Muitas criaturas felizes e excelentes deverão sua existência a mim”. Porque pensei isso?


O amarelo sempre me atraiu.

Tríptico amarelo - 100 cm x 300 cm - Wagner de Miranda - 2007

Acrílica e areia sobre tela

Acaso

A vida é assim: cheia de acidentes e acasos, cheia de som e fúria. Um artista que pretende construir um objeto que emane vida recebe o acaso como parte intrínseca de sua criação. A atenção do olhar e da sensibilidade do artista está sempre voltada para o mundo se ele pretende elaborar um objeto para o mundo. Então tudo no mundo é transformado no sentido dessa elaboração. Por outro lado fico encantado com a possibilidade do artista que espera o inesperado. É quase como esperar todos os dias na plataforma de uma estação que um grande amor, que você não conhece ainda, desça do trem das 10:35 e te surpreenda com um beijo. Isso é uma postagem ainda? A frase anterior foi obra do acaso.

Ofélia - 160 x 140cm - Acrílica e douração sobre tela - Wagner de Miranda - 2009

A obra parte do indivíduo e prevê um diálogo com o outro. Claro. Mas não só isso. A obra dialoga com o presente o passado e o futuro, visto que apesar de se originar no indivíduo, esse está inserido num contexto histórico, político e social que, por sua vez, encadeia-se com tudo o veio antes e com tudo o que virá depois. E sempre podemos encontrar referências numa obra de outras que já foram criadas. Além disso, há a continuidade do fazer do próprio artista. Mas isso já é mais individual. Mais íntimo.

Estamparia ( Arquivo Internet)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009




So in Love - Acrílica, douração e colagem sobre tela -150 x 100cm - Wagner de Miranda - 2009



Esse trabalho foi feito ao som de Cole Porter. Foi por acaso, mas no fim, quando olhei, tinha mesmo um clima "So in Love". Além disso fiquei durante meses pensando em perfis, em moedas que via na infância, em trabalhos do Picasso. Mas pensava muito nas tais moedas. Como são particulares essas escolhas. No fim, temos a musica de Porter, as moedas da infância e a internet.